Atualmente, criamos nossos jovens para passar no vestibular. Parecemos esquecer que, passar no vestibular é importante, mas que se eles não passarem nos testes da vida, terão um diploma universitário nas mãos e muitos medos e angústias na cabeça. Bem sucedido mesmo é quem soube aprender como administrar a própria vida. Na cultura da “faculdadização”, pode fazer tudo,desde que não interrompa a carreira, a produção, a “escalada para o sucesso”. Tornamo-nos máquinas e agora estamos desesperados porque descobrimos que máquinas não “sentem”.
Estamos mesmo é com saudade de um olhar sincero e desinteressado. Que nos olhe pelo que somos e apesar do que somos. Estamos mesmo é com vontade de passear de mãos dadas, do amor inocente, da velha calça desbotada ou coisa assim. Em alguns casos, venderíamos tudo para viver uma vida simples que nos traga a felicidade que não encontramos no complexo mundo que criamos a nossa volta. Queremos mesmo é estar junto, passear na praça, dormir abraçados sem necessariamente, à noite, mostrar a performance sexual digna de um grande atleta olímpico. Estamos com carência das coisas simples da vida que, de tão pequeninas, passam despercebidas aos nossos olhos, treinados para enxergar o grande espetáculo comum da superficialidade.
Antes que alguém diga que escrevi mais um texto pessimista, com uma visão sombria sobre a vida, dá uma olhada no que estão escrevendo as milhares de pessoas que passam madrugadas no Face, ou o site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".
Nos tornamos seres tão modernos e já não sabemos o que fazer com tanta modernidade. Nessa sociedade maluca onde ser feliz é estar na moda, tornamos o amor, logo ele, peça ultrapassada, tão brega quanto usar bermuda com polchete.
Como disse Roberto Carlos, em uma de suas frases mais inspiradas, “se o amor está fora de moda, eu quero mesmo é morrer antiquado”. Antes brega que infeliz!

