sexta-feira, 14 de setembro de 2012

AMOR, MODA E OS MODOS DE AMAR


       Atualmente, criamos nossos jovens para passar no vestibular. Parecemos esquecer que, passar no vestibular é importante, mas que se eles não passarem nos testes da vida, terão um diploma universitário nas mãos e muitos medos e angústias na cabeça. Bem sucedido mesmo é quem soube aprender como administrar a própria vida. Na cultura da “faculdadização”, pode fazer tudo,desde que não interrompa a carreira, a produção, a “escalada para o sucesso”. Tornamo-nos máquinas e agora estamos desesperados porque descobrimos que máquinas não “sentem”. 
       Estamos mesmo é com saudade de um olhar sincero e desinteressado. Que nos olhe pelo que somos e apesar do que somos. Estamos mesmo é com vontade de passear de mãos dadas, do amor inocente, da velha calça desbotada ou coisa assim. Em alguns casos, venderíamos tudo para viver uma vida simples que nos traga a felicidade que não encontramos no complexo mundo que criamos a nossa volta. Queremos mesmo é estar junto, passear na praça, dormir abraçados sem necessariamente, à noite, mostrar a performance sexual digna de um grande atleta olímpico. Estamos com carência das coisas simples da vida que, de tão pequeninas, passam despercebidas aos nossos olhos, treinados para enxergar o grande espetáculo comum da superficialidade.
       Antes que alguém diga que escrevi mais um texto pessimista, com uma visão sombria sobre a vida, dá uma olhada no que estão escrevendo as milhares de pessoas que passam madrugadas no Face, ou o site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".
     Nos tornamos seres tão modernos e já não sabemos o que fazer com tanta modernidade. Nessa sociedade maluca onde ser feliz é estar na moda, tornamos o amor, logo ele, peça ultrapassada, tão brega quanto usar bermuda com polchete. 
       Como disse Roberto Carlos, em uma de suas frases mais inspiradas, “se o amor está fora de moda, eu quero mesmo é morrer antiquado”. Antes brega que infeliz!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

BOLA DE MEIA, BOLA DE GUDE


Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão

Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão

E me fala de coisas bonitas
Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade alegria e amor
Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal

Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão