Estamos no dia do Meio Ambiente e nunca é demais lembrar que crescimento sustentável não é utopia ou meta inalcançável, mas ação que depende de planejamento e pró-atividade política. Reportagem publicada pelo Diário da Região, no último domingo, nos eleva a um nível mais crítico de olhar ao que está se tornando cada vez mais comum em Rio Preto: a superpopulação de veículos automotores. A redução do IPI e incentivo a financiamento de automóveis vem possibilitando a realização do sonho de milhares de pessoas, mas o pesadelo da sustentabilidade. A exemplo das grandes, vivemos o início do caos no trânsito nas médias cidades brasileiras. Porém, em Rio Preto, temos uma preocupação a mais: segundo ranking da Cetesb, divulgado semanas atrás, ocupamos a 7ª posição entre as cidades com pior qualidade do ar no Estado, o que torna ainda mais urgente a necessidade de engendrarmos ações que envolvam, necessariamente, a população. No Brasil os carros de passeio são ocupados por 1,5 passageiros. A partir desse número, um ônibus tiraria das ruas, pelo menos, 60 carros, o que desafogaria, principalmente em horários de pico, o trânsito nas principais vias da cidade.
Utopia mesmo é imaginar que chegaremos a esse ideal sem incentivo ao transporte público, construção de vias alternativas – como as ciclovias – e promoção de campanhas que envolvam o engajamento mínimo da população, pois o conforto de usar carro representa hoje, no Brasil, uma das principais causas da poluição urbana. Mudar essa realidade cinza, que circula livremente pelas fumaças do nosso caótico trânsito, é responsabilidade de todos nós. Caso contrário, a poluição continuará acelerada e a nossa contribuição estacionada nas reclamações comuns das fileiras intermináveis de carros novos revestidos de hábitos cada vez mais velhos.

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