Dias desses fui convidado a marcar em minha agenda um evento que será realizado em janeiro de 2013. Quase que simultaneamente uma voz interrompeu o diálogo: “ué? Vamos chegar até lá?”, perguntou ironicamente um jovem - e não muito otimista - ambientalista, que estava ao meu lado, no momento do convite...
O debate esta à mesa. Ou melhor, sob à luz do holofote. Não dá mais para protelar. É agora, ou já. E para isso, é fundamental que ele realmente seja posto à mesa, discutido em casa, tratado de pai para filho e de vizinho com vizinho. Afinal, o que é o Planeta senão um grande condomínio? Apesar da comparação simplória, é nele que comungamos comumente dos bens que a natureza nos oferece e, se não tivermos regras e condutas, de nada adiantará as políticas públicas de promoção e fomentação da cultura sustentável.
Nunca se ouviu falar tanto em desenvolvimento econômico aliado à sustentabilidade, com isso metas, planos e documentos são elaborados como forma de frear o que há muito tempo não prevenimos. O descaso com a natureza é uma questão histórica, mas quem irá entrar para a história somos nós, enquanto geração que sofre os efeitos de um descaso milenar. É possível, entretanto - como mostram as mais variadas ações ambientais pelo mundo – mudar este quadro.
A verdade é que por mais eficientes que sejam as políticas públicas em prol da preservação – e resgate – da biodiversidade, elas só serão eficazes, de fato, se tiverem a imprescindível participação e compromisso da população. Não lavar calçada com água tratada, economizar energia elétrica, consumir menos, não jogar lixo nas ruas etc. Medidas pequenas, que fazem grande diferença.
Aos homens do campo, incorporar a premissa de respeito à natureza e do uso sustentável dos recursos naturais, deve ser um trabalho constante. Trabalhar para manter a biodiversidade local e evitar a erosão que destrói as áreas cultiváveis, além de ser economicamente viável, representa manter, por muito mais tempo, a terra em condições de gerar riquezas e de prover o sustento das populações que dela dependem.
Colocar em prática a reciclagem de dejetos oriundos das criações animais e dos refugos das plantações deve ser encarado não como custo ou gasto “a mais” pelos produtores, mas como uma excelente oportunidade de gerar toda ou parte da energia necessária para executar as atividades econômicas a que se propõem. Também como fonte de fertilizantes baratos e totalmente gratuitos o que, sem dúvida alguma, representará um salto na lucratividade de qualquer propriedade rural.
O meio ambiente é uma grande casa e nós, ao contrário do que às vezes pensamos, não somos inquilinos, mas proprietários desse imenso imóvel de valor impagável. Cuidar dele, de maneira simples e cotidiana, é a única maneira de o mantermos pronto para o uso e ainda o deixarmos de herança para quem vier depois de nós. Mas para isso é necessário, como preconizou o jovem ambientalista citado n início do meu texto, cuidar desta grande casa, para que vivos e atuantes, possamos viver não somente o de 2013, mas também muitos outros janeiros.
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