domingo, 12 de agosto de 2012

SAUDADE DO QUE NÃO VIVI


       Não o conheci, mas profundamente o amei e o amo a cada dia. Das muitas memórias da infância a vontade de ganhar uma bicicleta se confundia com o desejo de um abraço. O dia dos pais era sempre confuso, eu nunca sabia o que fazer direito com as lembrancinhas artesanais que fazíamos na escola. Olhava para um lado, olhava para o outro, e não foram raras vezes em que não entendia o porquê dele não estar ali. Não o conheci, mas só fisicamente. Lembro das histórias que me contam, dos gestos que para mim relembram, dos fatos que detalhadamente alguém sempre narra.
       Ele não tem o nome no Google, nem em livros, nem no Guinness. Não precisa. Seus exemplos, legado e postura ecoam na eternidade da sua curta história, me fazendo lembrar da onde vim e aonde posso chegar se preservar o que me deixou.
Papai, um dia vamos nos ver face a face. Relembraremos as histórias que não vivemos e o jogo de futebol que não assistimos. A discussão que não tivemos e as vitórias que não comemoramos. As broncas que não me deu e os abraços que não pude te dar. Os conselhos que não recebi e as histórias que não me contou. Mas enquanto esse dia não chega, sigo firme com a meta de ser, um dia, pelo menos um pouco de tudo o que você foi, é, e sempre será. Porque o amor nunca morre. Feliz dia dos pais!

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