sexta-feira, 16 de março de 2012

HUMANOS SEM RAÇA

       Se já não bastasse a tortura deliberada contra si própio, agora o homem torna prática comum também a funesta crueldade contra os animais. Na região de Rio Preto esse tipo de covardia tem se tornado cada vez mais comum, diferente das formas de execução, tão vis quanto surpreendentes, diabolicamente criativas e inusitadas.
       A cada denúncia, uma surperesa. No histórico da região já vimos de tudo: gatos e cachorros mutilados, massacrados, envenenados, mortos por eutanásia injustifacada e, recentemente, "esquecidos" no porta-malas ou enterrados vivos. Ano passado conhecemos a história do cãozinho Titã, que comoveu o Brasil e não pode passar impune. Enterrado com vida, como as sementes, Titã é fruto de uma sociedade doente, que não rasga dinheiro, mas extermina impiedosamente o que Deus determinou que vivesse.
       Hoje, ao ver tanta ira contra quem só oferece amor, me recordo dos cachorrinhos da infância e a amizade que me ofereceram em meus dias de criança. Naquela época, talvez pela desatenção e incapacidade de assimilação que me eram características, não conseguia entender algumas coisas simples do mundo dos adultos. Pelo sorriso de Nina, Cisco, Lory, Lili e outros cãezinhos que estiveram comigo naquela infância modesta e feliz, nunca consegui entender porquê de chamarem ser humano ruim de cachorro. Não podemos nós, seres que matam a si próprios e toda e qualquer forma de vida, comparar-mos a criaturas tão dóceis, leais e sinceras.
       Para assegurar os direitos que a legislação prevê aos animais, um grupo de pessoas se mobiliza em Rio Preto para criar delegacia especialiazada em crimes contra animais. Já são mais de 20 mil assinaturas solicitando a implantação.
       Bom mesmo fosse por consciência e zelo pela vida e não espada da lei, que o homem, por si só, cuidasse do que lhe foi confiado. Ou, talvez, bom seria eu continuar a não entender o mundo dos adultos. Quem sabe assim, em alguns momentos, não sentiria vergonha de pertencer à mesma raça.

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